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Happy Birthday Liberty Enlightening the World

A estátua de 57 metros de altura, oferecida pela França, em comemoração do centenário dos Estados Unidos em 1876, cumpre hoje 125 anos.

“Give me your tired, your poor,Your huddled masses yearning to breathe free” (Dêem-me os cansados, os pobres, as massas amontoadas que anseiam por respirar em liberdade) é o verso ( do soneto “The New Colossus”) isncrito na base da estátua que durante décadas deu as boas-vindas aos 12 milhões imigrantes que chegavam de barco às terras do Tio Sam.

A importância deste aniversário? Trata-se de um dos mais universais símbolos da liberdade política e da democracia, cujo nome oficial é Liberty Enlightening the World (A Liberdade Iluminando o Mundo).


Quase, quase!! <3


Um Dia de Chuva

Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como é.

Alberto Caeiro, in “Poemas Inconjuntos”


Os subsídios de alojamento

Eu tenho me abstido de comentar a política nacional sobretudo porque não se fala de outra coisa pelas redes sociais, canais de televisão, etc. Mas acima de tudo porque não estou, de todo, desiludida com o actual governo e digo isto simplesmente porque não tinha qualquer tipo de expectativas sobre o mesmo. E não se trata de uma questão partidária, não gosto de partes porque, como já disse por aqui, não vivemos numa dualidade e se há coisa que detesto são pessoas que não conseguem ver para além do partido.

O que me traz a este post sobre a política portuguesa tem que ver com os Subsídios de Alojamento que, por despacho de 29 de Setembro do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, com o aval do ministro das Finanças, foi atribuido a nove governantes que não têm “residência permanente na cidade de Lisboa ou numa área circundante de 100 km”.

Ora, João Pedro Aguiar-Branco, ministro da Defesa, e Miguel Macedo, ministro da Administração Interna, são os dois membros do Executivo que juntarão este subsídio à sua remuneração mensal de 6885,40 euros dado terem residência habitual no Porto e em Braga, respectivamente.
Os restantes secretários de Estado verão os vencimentos mensais de 6133,55 euros acrescidos em 1152€

Fico revoltada como é que existem famílias a gerir ordenados de 800€ com filhos na faculdade noutras cidades, com tantas outras despesas indispensáveis sem que ninguém os ajude e ainda vão ver os subsídios de Natal e de férias, que lhes permitia colmatar determinadas situações, cortados e estes meninos com 6 MIL EUROS de ordenado ainda precisam de uma ajuda de MIL EUROS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

A cereja no topo do bolo é o facto de que o Ministro Miguel Macedo tem casa própria em Lisboa. Só com o ordenado que recebe não precisa de todo de qualquer subsídio, mas não só está a usufruir do subsídio como nem tem direito a ele porque tem residência em Algés!!!!

Pedro Passos Coelho sempre achei que não passas de uma farsa de “good boy” e tu, inevitavelmente, cada vez mais fundamentas a minha opinião.

A palhaçada continua…….


Olho por olho, e o mundo acaba cego

Li pela blogosfera que, juntamente com Khadafi, morre o nacionalismo árabe do século XX, que com a sua morte se fecha o ciclo dos governos nacionalistas árabes inspirados no líder egípcio Gamal Abdel Nasser.
Mesmo?? Será que uma morte por mãos sanguinárias abre espaço para uma nova era política na Líbia?
Já dizia o meu caro professor de Filosofia, a célebre frase de Gandhi, “olho por olho, e o mundo acabará cego”
Violência gera violência e, independentemente das atrocidades cometidas, este não era o caminho.

Eu, pessoalmente, tenho pena que ele não tenha sido julgado pelos crimes que cometeu no Tribunal Internacional de Justiça em Haia.

Como é que se desarma uma população tão vingativa? Como é que mãos sanguinárias vão agir de forma racional e organizada?
O que eram vários grupos sintonizados na cooperação pelo derrube de Khadafi, agora que ele foi morto, serão vários grupos distintos a seguirem os sues próprios interesses.

Espero, sinceramente, que isto não se venha a tornar num capítulo do aprofundamento da crise revolucionária…

Eu não comemoro a execução de ninguém.


Espécie de desabafo

Não poderia concordar mais com este desabafo que li algures do Nuno Markl

“Entre Miguel Sousa Tavares comparando corridas automóveis à tourada para provar que nas corridas também se pode morrer e ninguém se queixa e uma idosa madeirense comparando Alberto João Jardim a Jesus Cristo porque andam sempre atrás dele, penso que está na altura de comparar Portugal a um hospício.”


GRÉCIA: alguns factos chegam a ser ridículos…

Os Gregos levaram a lógica dos “direitos adquiridos” até à demência, até à falta de vergonha.
Contam-se factos inauditos.
Os exemplos desta falta de seriedade são imensos, a saber :

1 – Em 1930, um lago na Grécia secou, mas o Estado Social grego mantem o Instituto para a Protecção do Lago Kopais, que, embora tenha secado em 1930, ainda tem, em 2011, dezenas de funcionários dedicados à sua conservação.

2 – Na Grécia, as filhas solteiras dos funcionários públicos têm direito a uma pensão vitalícia, após a morte do mãe/pai-funcionário público.
Recebem 1000 euros mensais – para toda a vida – só pelo facto de serem filhas de funcionários públicos falecidos.
Há 40 mil mulheres neste registo que custam ao erário publico 550 milhoes de euros por ano.
Depois de um ano de caos, o governo grego ainda não acabou com isto completamente.
O que pretende é dar este subsidio só até fazerem 18 anos …

3 – Num hospital público, existe um jardim com quatro (4) arbustos.
Ora, para cuidar desses arbustos o hospital contratou quarenta e cinco (45) jardineiros.

4 – Num acto de gestão muito “social” (para com o fornecedor), os hospitais gregos compram pace-makers quatrocentas vezes (400) mais caros do que aqueles que são adquiridos no SNS britânico.

5 – Existem seiscentas (600) profissões que podem pedir a reforma aos 50 anos (mulheres) e aos 55 (homens).
Porquê ?
Porque adquiriram estatuto de profissões de alto desgaste.
Dentro deste rol, temos cabeleireiras, apresentadores de TV, músicos de instrumentos de sopro …

6 – Pagava-se 15º mês a toda a classe trabalhadora.

7 – As Pensões de Reforma de 4.500 funcionários, no montante de 16 milhões euros por ano, continuavam a ser depositadas, mesmo depois dos idosos falecerem, porque os familiares não davam baixa e não devia haver meios de se averiguar a inexactidão dessa atribuição.

8 – Chegava-se ao ponto de só se pagarem os prémios de alguns seguros quando fosse preciso usufruir deles !

9 – A Grécia é o País da União Europeia que mais gasta, em termos militares, em relação ao PIB (dados de 2009).
O triplo de Portugal !

10 – Há viaturas oficiais da administração do Estado que têm 50 condutores.
Cada novo nomeado para um cargo nomeia três ou quatro condutores da sua confiança, mas como não são permitidos despedimentos na função pública os anteriores vão mantendo o salário.

Retirado do fórum do Jornal Económico – 29/06/2011
http://economico.sapo.pt/noticias/atenas-sob-fogo_121686.html

Este País que é tido como o berço da Democracia e da civilização ocidental…


Um Estado em estado de emergência – Somália


Por mais incrível que pareça existem pessoas que ficam surpreendidas quando digo que o que se está a passar na Somália não é um desastre natural, ou não só. Talvez seja porque a alternativa é aceitar uma verdade dolorosa mas a verdade é que não existe nada de natural acerca do que se está a passar.

A seca é apenas um factor. Chegou no meio de uma tempestade perfeita para a Somália, com preços dos alimentos a nível global muito elevados e um governo muito fraco.
Desde 1991 que o país vive mergulhado numa anarquia e enfrenta uma guerra civil desde que a ditadura de Mohammed Siad Barre foi derrubada do poder. Essa guerra civil que devastou o país e que começou após 10 anos de programas de reajustamento desastrosos por parte do FMI.
A Somália é um país que se encontra desestruturado em termos governamentais e administrativos, é desprovido de um governo central há mais de uma década,não tem serviços públicos, partidos políticos, banco central ou qualquer outra estrutura típica de um Estado.
Desde meados de 2009 até Julho, Al Shabab proibia a entrega de ajuda alimentar humanitária no sul da Somália, em partes do centro do país e na capital, Mogadício. Alegavam que o auxílio internacional gerava dependência institucional!
Em 1995 as Nações Unidas retiraram-se por “falta de condições” e dois anos antes as tropas americanas já se tinham descartado do problema.
Já em Dezembro de 2005 várias agências de ajuda humanitária advertiam que a Somália iria enfrentar uma “grave crise de alimentos e de outras formas de sustento”. ” Uma média de oito pessoas morre diariamente de fome no Sul da Somália”, disse, em 2006, Hassan Moalim Yusuf, funcionário de uma agência humanitária num dos campos de refugiados de Mogadíscio.

E é aqui que entra o nosso amigo FMI.
Confesso que sempre fui excessivamente ingénua no que concerne ao apoio humanitário. Até que um Professor no decorrer do meu Mestrado me foi desfazendo a imagem “cor de rosa” que eu tinha dos projectos de desenvolvimento e de apoio humanitário e, por isso, comecei associar factores que revelam os interesses financeiros que estão por trás da ajuda externa.

A verdade é que a dívida da Somália para com o FMI tem vindo a aumentar drasticamente desde 2004 e, por isso, acredito que o FMI esteja a actuar de forma danosa apesar das supostas dívidas perdoadas.
Outros actores também têm um papel importante neste cenário. São eles banqueiros que jogam com o preço dos alimentos,banqueiros esses que causaram a crise do crédito para que possam continuar a fazer os seus milhões, gestores petrolíferos que fecham os olhos aos impactos das alterações climáticas, grupos de pressão corporativos que insistem para que o FMI e o Banco Mundial forcem a abertura dos mercados dos países africanos.

“O que se passa é um resultado de um acumular da história — um resultado, entre outras coisas, do colonialismo britânico, italiano e soviético e dos condicionalismos do FMI, pensados para as corporações ocidentais e não para o povo somali.”


Happy Birthday Madiba!

“I have walked that long road to freedom.
I have tried not to falter;
I have made missteps along the way.
But I have discovered the secret
that, after climbing a great hill,
one only finds that there are many more hills to climb.
I have taken a moment here to rest,
to steal a view of the glorious vista that surrounds me,
to look back on the distance I have come.
But I can only rest for a moment,
for with freedom comes responsibilities,
and I dare not linger,
for my long walk is not ended.”

“Let freedom reign.
The sun never set
on so glorious a human achievement.
Let there be work,
bread, water and salt
for all.”


Lisboa em Pessoa

Tal como havia dito no Post anterior, finalmente adquiri o livro que tanto me fazia “babar” nas montras da Fnac, “Lisboa em Pessoa” de João Correia Filho.
É a perfeita combinação de dois dos meus grandes fascínios: Lisboa e Fernando Pessoa!
Basicamente o jornalista com o bichinho da literatura refez o percurso proposto por Fernando Pessoa em 1925 no roteiro “Lisbon: What The Tourist Should See”, no qual o poeta registrou todas as suas impressões sobre a cidade em inglês, com o objectivo de valorizar a região e estimular o turismo.
Contém um extra, que me surpreendeu pela positiva, um itinerário baseado na vida e obra de Eça de Queiroz. E, para fechar com chave de ouro o guia ainda nos traz um Guia de Sobrevivência cheio de dicas.
O livro, tal como eu esperava, é um relato apaixonante da alma lusitana, com imagens belíssimas (com pequenas brincadeiras escondidas nas ilustrações), que nos encantam a mente e os olhos,cheio de curiosidades históricas e referências literárias que cativam até aqueles que não nutrem especial amor pela capital. O livro conta também com textos de outros autores portugueses consagrados como Camões, Eça de Queiroz e José Saramago, e de novos expoentes da literatura lusa, como Baptista-Bastos, Hélia Correia e Inês Pedrosa, o que permite desfrutar de olhares diversos sobre esta Cidade erguida, caída e reedificada sobre sete colinas.
O livro traz, de facto, a alma portuguesa descrita por aqueles que esmiuçaram a cidade, tal como referiu João Correia Filho.

Não querendo desvendar muito, aconselho vivamente a leitura deste guia turístico e literário da capital portuguesa que traduz a emoção de conhecer e reflectir Lisboa.

…..Que bom é terem passado apenas 23 anos e saber que, esteja onde estiver, este é o meu lugar no mundo…