Pré Projecto da minha tese de mestrado

“O papel das elites políticas no (sub) desenvolvimento africano”

Cerca de dez angolanos têm fortunas que ultrapassam os cem milhões de dólares, enquanto outros 49 têm mais de 50 milhões de dólares. À cabeça da lista dos mais ricos está o Presidente José Eduardo dos Santos, seguido de um deputado parlamentar, dois oficiais do seu gabinete, um embaixador, um antigo chefe militar, um ministro das obras públicas. Os sete angolanos mais ricos estavam todos no Governo” no início deste século.
“Países como Angola, ricos em recursos naturais, sofrem muitas vezes da maldição dos recursos”, (…)”a dependência de recursos está relacionada, em muitos países, com a corrupção e falta de democracia”. (…)”as exportações de petróleo foram em 2002 da ordem dos sete mil milhões de dólares e as dos diamantes na ordem dos 800 milhões, trazendo o petróleo e os diamantes cerca de 700 dólares por cidadão”. Mas, sublinha, “70% dos angolanos viviam com menos de um dólar por dia”.
Graças á Transparency International o debate acerca da corrupção e do desenvolvimento está no centro da arena internacional. Contudo quando a corrupção faz parte do status quo e quando os ganhos da corrupção vão além das fronteiras africanas nunca é demais escrever sobre o assunto e incentivar á intervenção das entidades competentes.
A verdade é que o sonho dos africanos pela liberdade foi durante muitos anos posto em causa e continua a ser posto em causa por alguns antigos e novos dirigentes africanos. As experiências tais como as do Zimbabwe, Quénia, Madagáscar, Comores, Guiné-Bissau, República Democrática do Congo, Angola, Sudão, Tchad, Gabão, Congo Brazzaville, Guiné-Equatorial, Somália, entre outros revelam a quão negra é a realidade africana.
Vários são os dirigentes, presidentes, líderes que em nome de interesses individuais tardaram o futuro do seu povo envolvendo-se em delineamentos de corrupção, furtando e lutando contra o seu próprio povo, deixando-se manipular contra o seu próprio país, defendendo interesses das elites europeias a troco do sangue dos seus compatriotas. Foi o que fez Idi Amin Dada no Uganda, Mobutu Sesse Sekou, no antigo Zaire. É o que fazem dirigentes como Omar Bongo Ondimba no Gabão, Denis Sassou Nguesso no Congo Brazzaville, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo na Guiné-Equatorial, José Eduardo dos Santos em Angola, Charles Taylor, envolvidos em escândalos de corrupção dentro e fora dos seus países.
É verem os biliões de dólares serem utilizados para comprar mansões em Marbella, Espanha, como fez Mobutu, e os milhões que este deixou aos cofres suíços e de outros países que serviriam para reconstrução da República Democrática do Congo (ex-Zaire), ou então, o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que segundo a Human Right Watch, o seu governo desviou 4 biliões de dólares das receitas do petróleo do país, entre 1997 e 2002.
Por todo o continente, o governo gastou generosamente nas instituições militares e outras instituições de coerção do Estado, mas muito poucos recursos foram distribuídos à educação, saúde, infra-estruturas económicas e outras áreas críticas para o crescimento e desenvolvimento económico.


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